ARBITRARIEDADE, HUMILHAÇÃO E VIOLÊNCIA
CONTRA GENTE DETIDA POR MERA SUSPEITA
Rapam, ou raspam, a cabeça de uma pessoa detida, talvez sem culpa alguma, antes mesmo de ela ser julgada. Ou estou enganado?
Essa norma tem amparo legal? Qual é a lei ou o decreto que autoriza a tesourada?
Que os mandantes da tosa nem sabem por que agem assim, é um velho costume?
E se, no final das contas, o descalvado (pior seria se escalpelado) for declarado inocente?
Devolver-lhe-ão (êta! mesóclise temerária!) os cabelos?
E se o detido for careca e estiver usando vistosa peruca?
Confiscarão a peruca dele, e ficarão brincando com ela, cada servidor do local self-postando com a dita-cuja?
Por desleixo do poder judiciário, muitos presos, mas muitos mesmo, ficam mofando nos xadrezes, sem culpa alguma.
Foram presos por engano, ou “roubaram” comida estragada de uma lata de lixo.
O poder público, por intermédio dos seus carrascos, precisa mostrar serviço: encarcera miseráveis inocentes e deixa soltos políticos ladrões.
Ser pobre e morador de rua, é crime hediondo, assim chancelado por excelências dos três poderes.
Mal adentram os xadrezes, já são tosquiados.
Esses “cabeleireiros” de araque deveriam preocupar-se com a cabeleira pubiana das respectivas consortes (tal vez consorte sem sorte, nenhum vizinho se interessa…).
A propósito, lembro-me de um seminarista, não muito beato, gozador, que para chilique dos colegas e dos mestres, exclamava a torto e a direito: “juro pelos pentelhos da Virgem Maria!”.