LUAR DO SERTÃO
Catulo da Paixão Cearense
(duas versões, transcritas ipsis litteris da Internet)
1ª. VERSÃO
Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão…
Oh, que saudade do luar da minha terra
Lá na serra branquejando, folhas secas pelo chão
Esse luar cá da cidade tão escuro
Não tem aquela saudade do luar lá do sertão
Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão…
Se a lua nasce por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata prateando a solidão
A gente pega na viola que ponteia
E a canção é a lua cheia a nos nascer do coração
Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão…
Se Deus me ouvisse com amor e caridade
Me faria essa vontade, o ideal do coração;
Era que a morte a descontar me surpreendesse
E eu morresse numa noite de luar do meu sertão
Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão…
2ª. VERSÃO
Oh, que saudade
Do luar da minha terra
Lá na serra branquejando
Folhas secas pelo chão
Este luar cá da cidade tão escuro
Não tem aquela saudade
Do luar lá do sertão
Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão…
A lua nasce
Por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata
Prateando a escuridão
E a gente pega na viola que ponteia
E a canção é a lua cheia
A nos nascer do coração
Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão…
A gente fria
Desta terra sem poesia
Não se importa com esta lua
Nem faz caso do luar
Enquanto a onça
Lá no verde da capoeira
Leva uma hora inteira
Vendo a lua derivar
Não há, ó gente, oh não
Luar como esse do sertão…
Coisa mais bela
Neste mundo não existe
Do que ouvir-se um galo triste
No sertão se faz luar
Parece até que a alma da lua
É que descansa escondida na garganta
Desse galo a soluçar
Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão…
Ai quem me dera
Que eu morresse lá na serra
Abraçado à minha terra
E dormindo de uma vez
Ser enterrado numa cova pequenina
Onde à tarde a sururina
Chora a sua viuvez
Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão…